Imagino que seja muito bom ter a certeza do que se quer na vida, ter objectivos bem definidos. Não! SEI que é muito bom!... Não por experiência própria, porque sempre fui do tipo de fazer navegação à vista, mas porque vejo a confiança, a motivação, a lógica comportamental e a energia extra nas pessoas que os têm. Admiro essas pessoas... porque nem tudo são rosas nesse caminho, é preciso fazer alguns sacrifícios. Não se pode ter tudo na vida, não é? Ainda assim não posso deixar de pensar que pessoas com objectivos bem definidos se orientam melhor na vida, têm menos arrependimentos. Ao chegarem a uma bifurcação não ficam confusas nem perdem tempo a pensar em qual será o melhor caminho, isso já está decidido. O melhor caminho é aquele que as leva ao seu objectivo. O outro até pode ter uma vista melhor, ser mais fácil de percorrer e até proporcionar sensações/emoções únicas mas isso são considerações completamente irrelevantes para uma pessoa esclarecida. Não é para ali que ela quer ir, a felicidade verdadeira está no fim do outro caminho. É essa a certeza de uns, a esperança de outros e a ilusão de alguns. A confirmação ou não só chegará depois de romperem a fita que marca a meta mas têm de tentar, só isso faz sentido. Durante a caminhada as consequências das dúvidas e das decisões tomadas são problemas do "eu" futuro, como diria o Ted no 'How I Met Your Mother'. E se chegarem à conclusão que estavam erradas, que afinal a verdadeira felicidade não estava ali, o seu espírito de luta depressa as leva para um novo caminho, em direcção a um novo objectivo.
"Mas por que está ele a falar disto se, como disse antes, é do tipo que faz navegação à vista?" faço de conta que vocês perguntaram. Porque recentemente me aconteceu uma coisa. Uma coisa muito boa. Tão boa que agora encontro-me numa das tais bifurcações e, pela primeira vez na vida, não me apetece navegar à vista. A cada dia que passa tenho mais a certeza de querer perseguir um objectivo. Isto pode parecer maravilhoso mas há um 'pequeno' problema... O objectivo não é palpável, não está próximo e, pior de tudo, não depende só de mim. E se bem que em teoria fazer a parte que me compete só exige que eu seja eu próprio, na prática já me imagino a fazer o impossível para chegar lá. Mas isso não chega. Na outra parte, na que não depende de mim, há muitos objectivos (traçados há mais tempo), há prioridades (diferentes), há decisões que já foram tomadas (para o bem ou para o mal) e há também a forte possibilidade de todas essas coisas não serem compatíveis com o meu objectivo. Tudo na vida tem o seu momento e a sensação que tenho é que não é o momento certo para uma das partes (isto lembra-me um post que gostei muito sobre outro post sobre momentos/timings).
Não acredito no destino, nunca acreditei. O futuro está a ser construido agora, por mim, por vocês, por todos. O que viveremos de facto será a junção de todas essas vontades numa realidade habitável, por assim dizer. Já decidi o futuro pelo qual vou lutar, aliás, já tomei o primeiro passo nesse sentido. Embora à partida quase todos os sinais apontem para um fracasso sobre o qual poderei não ter controlo nenhum, desta vez escolhi o caminho em direcção a um objectivo. É território novo para mim. A minha bússola aponta para algo mais forte que a força magnética da Terra, só me resta seguir um trilho de cada vez até lá chegar. E sei também de antemão que haverá alturas em que terei de esperar, que em certos sítios só poderei avançar quando outros caminhos se abrirem à minha frente... mas eu espero. Porque vale muito a pena esperar. Até quando é que não sei, só o tempo o dirá... E com isto me ponho em marcha. Desejem-me sorte! ;)